Durante o ano de 2023, a população do Rio de Janeiro enfrentou diversas modalidades de crimes: desde assaltos às joalherias dos shoppings mais luxuosos da cidade, arrastões relâmpagos a bares e restaurantes, até as explosões de caixas eletrônicos. Num movimento cíclico, os criminosos migram de uma modalidade de crime para outra, dificultando o trabalho Policial e levando medo a população.
Os últimos acontecimentos de 2023 deixaram claro que o crime da moda no Rio de Janeiro voltou a ser os arrastões em Condomínios de Luxo, principalmente na região nobre de Copacabana, zona sul da capital.
Um dos grandes desafios dos Condomínios é conciliar o investimento em segurança com as outras despesas já existentes. Dependendo do valor do Condomínio, da infraestrutura e dos serviços que o prédio disponibiliza, o custo com equipamentos de segurança eletrônica e mão de obra qualificada pode chegar a quase 40% do total dos desembolsos mensais. Assim como uma empresa privada, os Condomínios têm um orçamento anual definido e apertado. O aumento de verbas e a inclusão de novos rateios são processos difíceis de serem aprovados. Muitas vezes são demorados e desgastantes.
Muitos Condomínios de Luxo, pelo porte que têm e pela atratividade que exercem sobre os criminosos, deveriam contar com Vigilantes para fazer a sua Segurança. Na prática, vemos uma situação oposta, onde os Condomínios optam por outra prestação de serviço, gerando novamente em seus moradores a chamada sensação de segurança, mas na verdade continuam vulneráveis em seus locais mais sensíveis: nas entradas de pedestres e de veículos e, principalmente, na portaria.
Da mesma forma como os criminosos analisam a modalidade de crime mais vantajosa do momento, eles estudam as oportunidades e vulnerabilidades dos Condomínios. Via de regra, optam pelos empreendimentos com menor nível de proteção, que dispõe de poucas barreiras de segurança e que contam com pessoal destreinado e desabilitado a impedir uma ação criminosa.
É obvio que o preço é importante em qualquer projeto de segurança, e que os recursos tecnológicos e humanos devem ser otimizados para um perfeito equilíbrio custo X benefício. Na hora de analisar os projetos de segurança que estão sendo propostos para o Condomínio, Síndicos, Conselheiros e Moradores devem promover um debate franco a respeito dos riscos encontrados e dos recursos que serão necessários para minimiza-los. O grande perigo é quando o valor do sistema de segurança passa de uma parte importante do todo, para ser o fator determinante do projeto vencedor.